O PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO NO NORDESTE E O FATOR “VIRGOLINO”

Lembro-me, com muito saudosismo, da década de 1990, na qual o nome forte na política do meu Estado Natal e do PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO se chamava Miguel Arraes, ou como o chamávamos, aqui na zona da Mata pernambucana, Dr. Arraes. O grande Miguel era tido como um baluarte da redemocratização. Eu vi Dr. Miguel tocando os programas de inclusão social e um deles ainda vem com muita frequência à minha mente, é o, até hoje lembrado, “Chapéu de Palha” – 80% dos meus amigos de infância necessitavam dele para poder ter esperança de um futuro melhor, as escolas estaduais eram abertas todos os meses em todo o Estado. O velho Arraes ainda é lembrado, no interior do meu estado natal. Poucos políticos foram tão próximos do povo como o Miguel do povo. Percebia-se, na sua voz rouca, uma preocupação enorme com o bem estar do povo, do trabalhador e com a educação.
 

O ocorrido com o “Lampião”, semana passada, vai na contramão do que nós víamos no auge do referido partido, auge este que proporcionou a Eduardo Campos (neto de Arraes) credenciar-se a ser um presidenciável, com chances reais de vitória. Vale ressaltar que, no Governo de Eduardo, o funcionalismo e, consequentemente, o Estado de Pernambuco conseguiu vários avanços – o diálogo com as forças de segurança, mesmo com todos os problemas, era bem melhor. 
Walber Virgolino teve aberto um processo administrativo contra si, por ter expressado sua opiniões em relação à segurança pública do nosso querido Estado da Paraíba. Nos entristece e dói no coração vermos o partido de Dr. Arraes se transformar nisto. O fator “VIRGOLINO” talvez sirva e traga à tona para todo o Brasil o que também vem acontecendo com outros trabalhadores, que estão sendo punidos administrativamente, apenas por expressarem as suas opiniões. Aproveito o espaço para expressar a minha perplexidade pelo fato de tuto isso chegar ao conhecimento do MINISTÉRIO PÚBLICO do Estado da Paraíba e nenhuma providência ser tomada. O que está acontecendo com o Ministério Público? Temos agentes penitenciários sendo punidos por divergências políticas, de modo que não entendo o que acontece com os órgãos de controle do nosso Estado, o silencio é perturbador.

 

Ao Companheiro Ricardo Vieira Coutinho nós temos alguns alertas a fazer: o Senhor começou na luta associativa/sindical, mas, hoje, ignora a todos. Foi tão somente um meio necessário ao poder? O senhor nos usou? É esse mesmo o novo direcionamento de um partido que encantou a minha infância com uma luta verdadeira em prol do povo? Sinto-me traído e decepcionado com o ser humano que abandona a ideologia que o impulsionou e que, hoje, para ele é mais importante o poder pelo poder. Governador, ainda há tempo de remediarmos isso! Nossa segurança realmente deixa muito a desejar. O SISPEN-PB é uma bomba prestes a explodir e o Senhor sabe que deixará um grande problema para o próximo Governo. Proponho um pacto de cooperação e de restabelecimento de atitudes republicanas. A Paraíba é mais importante do que as divergências políticas, é mais importante do que o ego de alguns, portanto sugiro um pacto voltado ao bom diálogo, no qual a missão de melhorar o nosso Estado ficaria acima dos interesses políticos e pessoais. Para findar o texto, gostaria de lembrar que, historicamente, todo governante que é ruim e persegue funcionários públicos tem graves dificuldades de se reeleger ou eleger sucessor. O seu governo tem no máximo 8 meses, faça algo diferente, ainda dá tempo.

 

Marcelo Gervásio Moura da Silva
Presidente Executivo-AGEPEN-PB

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