Na Paraíba é assim: competência e trabalho são inversamente proporcionais ao reconhecimento profissional!

Imaginemos uma empresa, que vem funcionando, pelo menos aparentemente bem, e o seu serviço é essencial à sociedade; seus funcionários, cientes das suas responsabilidades, dão a vida para que tudo corra bem, para que a sociedade não sinta nenhum reflexo contrário que possa advir da atividade complexa desempenhada.
 

O amigo leitor deve ter pensado talvez na Petrobras, na Vale, ou até mesmo nos Correios. Não, amigo, estou falando do sistema penitenciário do Estado da Paraíba, em que o seu patrão não vem reconhecendo tamanho esforço e dedicação dos seus trabalhadores, os quais têm seus direitos constitucionais negados.
 

gpoe Estão ocorrendo, desde o mês de agosto, adentrando em setembro, os processos seletivos e os cursos para o GPOE (grupo de intervenção) e para a Força Tática do sistema penitenciário da Paraíba, os quais vêm contando com a participação de pessoas de todo o Brasil, inclusive com estados do Sul e Centro-Oeste do nosso país inscrevendo representantes como alunos.

 

 

Esse que vos fala tem em seu currículo alguns cursos como: EQUIMAN E CRASH na Marinha do Brasil; CAv (controle de avarias, bombeiros de bordo), também da Marinha do Brasil; enquanto PM-RN, o CFSD que, em alguns estados, já é considerado técnico em segurança pública; participei ainda do grupo tático em Goianinha-RN (GTO, tipo uma unidade do BOPE no interior). Portanto, posso falar, com a autoridade de quem tem  15 anos na área de segurança, que a turma é boa e competente no que faz, de modo que temos a certeza da realização de bons cursos, e quem veio de longe sairá daqui satisfeito com a qualificação.
 

Os instrutores possuem cursos como: patrulhamento urbano, abordagem, DPOE, detonação de explosivos, operador de taser, moto-patrulhamento, direção defensiva e evasiva, operações especiais com uso de cães, distúrbios prisionais, intervenção prisional, primeira resposta em distúrbios prisionais e muitos outros. Poderíamos cantar e até usar algo parecido com o grito de guerra do meu time do coração, SPORT CLUBE DO RECIFE: cazá, cazá, cazá, cazá , cazá a turma é mesmo boa, é mesmo da fuzaca, SISPEN, SISPEN, SISPEN!!!!! Sim, poderíamos, se não fosse o triste fato de, apesar de qualificados, sermos extremamente desvalorizados pelo Governo do Estado da Paraíba.
 

Somos os agentes penitenciários mais mal pagos do Nordeste. Mesmo contando com todas as indenizações possíveis, temos uma das piores remunerações do Brasil, sem contar que não possuímos um plano de carreira. Sim, Senhoras e Senhores, não temos nenhuma perspectiva de ascensão profissional! Sofremos com um clima de medo, onde falar é proibido, e as justas reivindicações são levadas para o lado pessoal e político, de forma nada republicana. Os salários estão defasados e é nítida a insatisfação de cada companheiro.
 

Aos que vieram se qualificar em solo paraibano, aproveitem, porque nosso pessoal é honrado e fará o melhor possível, pois são obstinados na sua missão.
 

Amigo leitor, enquanto te preocupas em ler, em saber mais sobre nossos assuntos, com certeza deve haver algum companheiro num pavilhão escuro do Roger, PB1, Serrotão, Média de Mangabeira, no Presídio de Patos, honrando a sociedade e colocando em perigo a sua própria vida, e os políticos? Ah, esses estão preocupados com as próximas eleições e as alianças necessárias para vencê-las. Esquecem do fato de que o sistema penitenciário está prestes a entrar em colapso e que, possivelmente, esses bravos homens se fartarão de tanta injustiça, tendo que cruzar os braços para serem vistos e lembrados.

 

 

Marcelo Gervásio
Presidente Executivo
AGEPEN-PB

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